RISCOS E DESGASTES DA PROFISSÃO POLICIAL MILITAR
Estivemos reunidos no CSCS com o seu Presidente Cabo Coelho, onde discutimos com relação a profissão do Policial e Bombeiro Militar, os riscos, as dificuldades, as adversidades, as exigências da profissão.
Durante a conversa falamos sobre o posicionamento de algumas pessoas que se dizem entendidas e conhecedoras, que dizem que o tempo de serviço de 30 anos de serviço prestados ao Estado pelo Policial e Bombeiro Militar é pouco este profissional se aposenta muito novo e que pode contribuir mais anos de serviços, com isto vivemos uma situação de tentativas de mudanças com relação a tempo de serviço, aposentadoria e a previdência.
Bom para quem não sabe, o cidadão para se ingressar nas fileiras das corporações militares estaduais, o candidato tem que preencher os seguintes requisitos, em conformidade com a lei 5301/1969, que são: ter aptidão física, ser aprovado em avaliação psicológica, ter sanidade física e mental, dentre outras exigências, como robustez física, isto depois de uma bateria de exames físicos, clínicos, os quais lhe são cobrados em todos seus 30 anos de serviços prestados. As pessoas tem uma ideia do que é estar nas mesmas condições físicas, psicológicas durante 30 anos? Sem se esquecer de que estes profissionais ficam sem ter as mesmas condições de um profissional de outra área, que tem seu final de semana, feriado, férias escolares, etc, e este profissional só passa a ter condições de estar com a família na noite de Natal, Ano Novo, Carnaval, só depois de seus 30 anos de serviços prestados a sociedade? Um jogador de futebol após os 30 anos de idade já esta velho para a atividade, um mineiro trabalha um período menor e devido aos riscos se aposenta mais cedo, um carteiro tem periculosidade porque pode ser mordido por um animal doméstico, enfim outras profissões de risco têm seus direitos sempre protegidos e nunca se fala em mudanças.
Quantos destes profissionais devido as situações complexas de atendimento de ocorrências se deparam com a morte, com pessoas mortas, sendo recebidos por pessoas agressivas, outras doentes, enfim situações das mais diversas possíveis, como isto muitos acabam por terem problemas psicológicos, psiquiátricos, se envolvem com alcoolismo, drogas, até mesmo se levam ao suicídio. Também devido as situações vividas acabam por não conseguirem a ter um relaciomento com as famílias que constituem, dai se separam e se criam novos problemas, e acabam tendo dificuldades de relacionamento com a família, tudo reflexo da atividade.
A sociedade vê o policial e o Bombeiro Militar vê este profissional que esta sempre 100% apto e em plenas condições de correr atrás de infratores, de salvar vidas, de ter condições de repelir qualquer tipo de agressão, de conter multidão, de ser agredido por palavras e ate mesmo fisicamente e aguentar qualquer tipo de situação e não perder a postura e a tranquilidade.
O que nos deixa muito preocupado, será que um homem ou mulher aos 60 anos tem as mesmas condições físicas e psicológicas de quando entra na corporação com 20 ate 30 anos de idade? O Estado devolve este ser humano para sua família nas mesmas condições de quando entrou na corporação?
Temos que lutar e mostrar para nossos representantes, para o Governo e para a sociedade, que nossa profissão esta entre as mais estressantes profissões, que gera mais desgaste, físico, emocional e psicológico. Não podemos ser tratados como outra profissão, nossa profissão e função são de risco, de perigo a saúde, de desgaste excessivo.
Pessoas que não vivenciam o que passamos no dia a dia, não podem falar por nós e muito menos desmerecer nossas condições, pois somos sugados de nossas vidas, de estar junto a nossos familiares durante a juventude, e só estamos com nossa família depois de nossos filhos já casados e sequer alguns de nossos filhos são nossos amigos ou os conhecem de verdade, devido a nossa ausência em detrimento a atender a sociedade.
CAPITÃO PM QOR LEOPOLDO DE VASCONCELOS MARIA